Após atingir um recorde nominal na segunda-feira (16), o dólar continuou sua alta nesta terça-feira (17), ultrapassando a marca de R$ 6,10. Às 9h09, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 6,1462, subindo 0,89%.
A alta se deve à ata do Copom divulgada hoje pelo Banco Central, que indicou que a inflação de curto e médio prazo piorou, exigindo aumentos de juros mais rápidos. O comitê prevê elevações na Selic nas próximas reuniões de janeiro e março de 2025, podendo alcançar 14,25% ao ano, nível visto na crise durante o governo Dilma Rousseff.
No exterior, investidores aguardam a decisão do Federal Reserve (FED) sobre a taxa de juros, prevista para quarta-feira (18). Na segunda, mesmo com dois leilões extraordinários de câmbio pelo BC, o dólar fechou no maior valor histórico nominal, com alta de 1,03%, cotado a R$ 6,091. O BC injetou US$ 4,6 bilhões no mercado, mas foi insuficiente para conter a valorização da moeda.
O real foi a moeda mais desvalorizada entre as emergentes e as principais moedas globais. A Bolsa também caiu 0,84%, fechando em 123.560 pontos. Os contratos futuros de juros subiram significativamente, com a Selic para janeiro de 2027 atingindo 15,52% e para janeiro de 2035, 14,59%.
Embora o valor nominal do dólar esteja em alta, a cotação real já foi maior em setembro de 2002, quando, ajustada pela inflação, equivaleria a R$ 8,75 hoje. Analistas apontam que a persistente alta do dólar é resultado das incertezas fiscais e da falta de confiança dos investidores na economia brasileira. Intervenções do BC, como os leilões, têm efeito temporário e não resolvem problemas estruturais.
O Banco Central realizou quatro leilões na última semana para tentar controlar o câmbio, vendendo US$ 1,6275 bilhões em um leilão à vista e US$ 3 bilhões em leilões de linha. Apesar dessas ações, o sentimento do mercado permanece cauteloso devido às preocupações com as contas públicas e a aprovação do pacote fiscal pelo governo Lula.
Com o dólar alto e reservas cambiais reduzidas, os bancos enfrentam dificuldades, e o BC continua monitorando o mercado para evitar disfuncionalidades. No cenário externo, a decisão do FED será crucial para definir a direção futura do câmbio.
Fonte: Banda B – Confira a matéria completa