A eleição para a presidência da Câmara de Vereadores de Floresta, Pernambuco, trouxe à tona não apenas disputas intensas, mas também a fragilidade dos discursos políticos diante das articulações de bastidores. A condução do processo, marcada por reviravoltas e por um evidente fisiologismo, escancarou contradições que enfraquecem a credibilidade de lideranças locais, especialmente do grupo político da prefeita Rorró Maniçoba e do deputado Kaio Maniçoba.
Durante a campanha eleitoral deste ano, Kaio Maniçoba ficou conhecido pela frase de impacto ao se referir às pesquisas da oposição: “Quando falar em pesquisas, fale grosso, não fale fino não!”. Porém, diante do resultado da eleição para a Câmara, essa máxima parece ter se revertido, adaptando-se ao cenário atual: “Quando falar em presidência, fale grosso, não fale fino não!”.
No início do processo, os aliados da prefeita fizeram de tudo para desqualificar a candidatura de Gilberto Quirino. Diversos vereadores afirmaram categoricamente que não votariam nele, optando por apoiar Pedro Henrique, um nome que surgiu como aposta do deputado Kaio Maniçoba. O esforço foi tão grande que Kaio articulou uma reunião na residência da prefeita, seguida de uma festa de comemoração antecipada, acreditando que a vitória de Pedro Henrique estava garantida, cumprindo um acordo político firmado durante a eleição municipal.
No entanto, o jogo virou quando os vereadores de oposição propuseram a Gilberto Quirino uma composição para a mesa diretora, consolidando-o como candidato à presidência. Diante da iminência de derrota, os aliados da prefeita recuaram, em um movimento que beirou o desespero. A candidatura de Pedro Henrique foi retirada às pressas, e toda a base foi orientada a votar em Gilberto, numa tentativa de amenizar a derrota política do grupo governista.
O resultado foi constrangedor: além de eleger Gilberto Quirino presidente, a base governista votou por unanimidade na composição da mesa diretora, que incluiu Lenilda Belo como vice-presidente, Peu Vilarim como 1º secretário e Túlio Laranjeira como 2º secretário. Esse cenário de rendição deixou evidente a falta de coesão e coragem para sustentar o discurso inicial, demonstrando a vulnerabilidade de uma articulação construída em torno do fisiologismo.
A mudança brusca de postura dos vereadores governistas gerou questionamentos inevitáveis: como justificar as críticas e as tentativas de desqualificar Gilberto Quirino e sua chapa, que, ao final, receberam apoio unânime? O que levou o grupo político a abdicar de uma candidatura própria e aceitar, de forma vergonhosa, a derrota para o adversário que tanto tentaram derrubar?
Mais uma vez, o grupo de Rorró Maniçoba e Kaio Maniçoba vive o que pode ser chamado de uma verdadeira patacoada. O custo político dessa eleição foi alto, expondo o grupo ao desgaste público e à fragilidade de sua estratégia. A frase de impacto sobre “falar grosso” ganhou um novo sentido, desta vez simbolizando o contraste entre a retórica confiante e a prática desorganizada.
Ao final, a lição que fica é clara: discursos vazios e ações oportunistas não sustentam projetos políticos sólidos. O povo de Floresta merece lideranças que atuem com coerência e transparência, ao invés de se perderem em manobras que enfraquecem tanto a política quanto a confiança da população.
1 comentário
Nojo da política de floresta!